sábado, 30 de agosto de 2014
Verso - 02
Postado por Tempus em sábado, agosto 30, 2014 com Sem comentários
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Preludio
Postado por Tempus em sexta-feira, agosto 29, 2014 com Sem comentários
Acendia o 15º cigarro e o quarto
fechado estava repleto de fumaça, já nem era mais possível enxergar as fotos da
infância nas paredes, tentava ver desenhos nas nuvens de fumaça e como não
conseguia fingia que cada uma era uma nuvem de pensamentos. Nenhuma luz entrava
no aposento. Respirar dentro do nevoeiro ficava cada vez mais difícil, mas não
desistiria tão fácil da asfixia. Sorriu envergonhada, sabia que jamais daria
certo morrer assim.
De costas para o chão remoía sua
frustração. - Sou
invisível! Disse em voz alta para sentir-se menos sozinha. Cinco
anos depois de ter casado, ainda não se acostumara com o fato de ser sempre largada
no dia de seu aniversario e em outras datas importantes, abrira mão de tudo
pelo marido inclusive de si mesma; era cansativo. Ignorando o celular que
tocava dentro da bolsa, acendeu outro cigarro e engatilhou o revolver.
No andar de baixo sua mãe preocupada
embrulhava o presente de aniversario, amava a filha e por isso odiava vê-la tão
triste, queria desesperadamente subir e nina-la mas não tinha coragem de bater
na porta. Aposto que esta deitada no chão (pensava), sempre faz isso quando se chateia,
objetos e superfícies geladas a acalmava; o toque do celular interrompera seus
pensamentos, pela musica já sabia que era o traste do genro. Falou rápido e sem
se preocupar com educação ou bom senso, queria mesmo era tirar a filha de
dentro do quarto, estava aflita sem saber a razão, subiu pulando alguns degraus.
Demorou-se alguns segundos antes de bater, ainda tinha duvidas quanto a
interromper o confinamento, respirou fundo e bateu na porta com força exagerada;
em resposta ouviu um tiro. - Ahhhh... Largara o celular com o susto.
Estava em pânico.
Do outro lado da cidade o marido de Karli desistira
de ir viajar, era aniversario de sua mulher e pela primeira vez em cinco anos
queria passar a data com ela, não a amava mais, a maioria das vezes nem a
notava, mas já tinha percebido que ela estava mais desanimada e ansiosa do que
o normal. Não era fácil ser casada com ele.
Dentro do taxi, segurava as rosas
com cuidado para não derrubar, ansiava ver seu sorriso. Podia até imaginar a
cena: ela vindo em sua direção e o sufocando com um abraço saudoso. Rosas
brancas. Sua preferida pensou, nunca conhecera quem gostasse mais desse tipo do
que a esposa. A Rosa de Cera! Uma vez ela confessara que era parecida com a
flor, quase invisíveis ela dizia mais
para si do que para ele, ninguém se interessa. Sentiu vergonha de si; não
gostou de ser ninguém.
A esposa não respondia as suas chamadas,
então discou o numero da sogra que atendeu com humor indecifrável, dispensou as
boas maneiras dizendo que passaria a ligação para a filha. Olhou para as rosas
com afeto enquanto aguardava a transferência de mau humor, pelo menos esperava
que a esposa estivesse de mau humor; mesmo assim queria falar com ela. Ouviu a
batida na porta e sorriu satisfeito, depois um tiro e um grito somados ao
barulho de um celular caindo; uma curva mal feita do taxista passou
despercebida, desta vez não conseguiu salvar as rosas da queda involuntária;
ficou estático olhando as flores espalhadas no chão.
Karli apontava o revolver para a própria
testa, sua respiração estava descontrolada, não era fácil tirar a própria vida;
mas já estava decidida. Pensando bem, poderia fazer isso em sua própria casa, a
mãe não merecia ver tal cena e muito menos o pai, já o marido era outra
situação, quem sabe assim ele finalmente a enxergaria. Tudo bem! Ia adiar a
performance, demorou-se um pouco mais sentindo o metal gelado na testa, gostava
de objetos e superfícies geladas porque a acalmava, gostava de rosas brancas e
também de surpresas; sorria perdida em suas pequenas satisfações quando uma
forte batida na porta a assustou, apertou o gatilho involuntariamente e em um
segundo nada mais a entristecia.
Parada na porta do quarto a mãe
reunia forças para entrar, talvez a filha tivesse errado e talvez não fosse um
tiro; mas ao abrir a porta constatou que era um tiro e infelizmente a filha
acertara. Não teve coragem de aproximar-se do corpo, encostou-se à porta e
deixou-se cair pesadamente no chão; o sangue que escorria em sua direção a
mantinha hipnotizada. Não percebeu quando o genro desceu do taxi, entrou na
casa em total desespero, e invadiu o quarto tão pálido quanto uma rosa branca.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Verso - 01
Postado por Tempus em quinta-feira, agosto 28, 2014 com Sem comentários
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Nanoconto - 02
Postado por Tempus em quarta-feira, agosto 27, 2014 com Sem comentários
Sentirei falta de dizer "Eu te amo", quando tiver que te dizer "Adeus"!
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Cotidiano
Postado por Tempus em terça-feira, agosto 26, 2014 com 2 comentários
Sobre essas historias de amigo do
vizinho de um primo de alguém, que sempre nos alcança.
Uma esposa recatada e respeitada estava
em sua janela como todas as manhas procurando algo que lhe servisse de noticia,
vigiar os vizinhos era seu catalisador particular, algo que a impulsionava á
começar o dia e definia se esse seria bom ou não. De repente ela passa da
janela para a sacada e começa a despir-se; claro que o fez devagar pois não
queria ser vulgar demais e assustar os vizinhos. Enquanto jogava caprichosamente
as peças de roupa sacada abaixo, viu em meio à multidão seu marido; esse, parado,
boquiaberto e com um volume digno entre as pernas, piscava insistentemente
enquanto suas mãos tremiam de forma descontrolada. No segundo em que seus
olhares se encontraram, a mulher precipita-se pela sacada e atira-se sem prévio
aviso, quando o marido ainda ereto a alcança, ela totalmente quebrada e quase
desfalecida toca-lhe a intimidade e diz sorrindo: - Senti sua falta!
domingo, 24 de agosto de 2014
Nanoconto - 01
Postado por Tempus em domingo, agosto 24, 2014 com Sem comentários
De tanto olhar para você; percebi que quase nunca te
enxergo.
sábado, 23 de agosto de 2014
Poema - 01
Postado por Tempus em sábado, agosto 23, 2014 com Sem comentários
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