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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Poema - 12

Eu adoro a sua risada.
Com certeza eu a adoro.
Ouvi-la ecoar nas paredes da casa e do meu coração?
Ahhhhhhh.....
Eu adoro esse clichê...
Esse lugar dentro do seu sorriso onde eu me alojei,
esse lugar comodo entre seus beijos e abraços.
Será que posso mesmo fazer morada aí?
Talvez eu roube você pra mim...
Eu nunca fui disso, e é certo que detesto romances e declarações,
mas eu amo você, e eu adoro a sua risada...
Com certeza eu a adoro!
Adoro o sopro de vida que sai de sua boca enquanto você gargalha,
tem cheiro de goma de mascar de tutti-frutti,
também gosto quando põe a mão na boca pra segurar o riso...
É docemente estranho, porque você fecha os olhos
e esconde todos os seus segredos.
Me intriga!
Posso rouba-los pra mim?
Prometo ser rápido e fazer tudo em um único beijo.
Mas deixo um pra você também..
Ahhh... Desculpa! Não é mais segredo...
Eu adoro a sua risada.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Poema - 11

Era amor...
Claro que era amor!
Quem vai dizer que não?
Era escondido, contido, julgado e ameaçado, mas ainda assim era amor.
Era amor quando meus olhos encontravam os seus e eu mergulhava docemente no seu medo.
Era amor...
Sim!
Era amor quando minhas pernas enroscadas nas suas sentiam o prazer escorrer e molhar os lençóis.
Era amor, quando ninguém olhava e você segurava a minha mão com satisfação quase obscena.
As mensagens carregadas de carinho?
Era amor...
As ligações desesperadas de saudades.
Era amor...
Nossas bocas discutindo em altos gemidos?
Era amor sim....
As escapadas...
As mentiras...
As sandices...
Tudo isso era amor, meu amor...
Eu senti.
Eu permiti.
Eu vivi...
Era amor!
Claro que era amor.
Louco, incomodo, carregado, mas era amor.
Quando tirávamos as alianças e as escondíamos nos bolsos...
Era amor...
Quando estávamos separados e os pensamentos juntos?
Era amor...
Foi amor demais...
Foi amor o tempo inteiro...
A vida inteira...
Era amor...
Claro... era amor!
Quando eu disse mil vezes sim e você um fatídico não.
Claro que sim meu amor...
Ainda assim era amor.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Lilly - 1

Quando despertou, só o silencio estava na casa. De olhos fechados, esticou o braço e passou a mão no espaço vazio ao seu lado suspirando com desanimo, ela se fora. O lençol ainda estava quente, e o colchão mantinha o formato do corpo dela, rolou para o lado e se ajustou ali, sentiu-se confortável como em um abraço, mas mesmo assim chorou.
Inspirou longamente e deixou que o perfume grudado no lençol e no travesseiro o invadisse. Fechou os olhos e se cobriu por inteiro, teve medo de abri-los novamente e deixar escapar as lembranças que tinha da noite anterior; a música clássica, o ótimo vinho, a conversa sobre as complexidades da vida, ela lhe roubando um beijo, o folego... o coração. Os corpos encaixados, os olhares cúmplices, as respirações descontroladas, as mãos exploradoras, as bocas ávidas que trocavam histórias em silencio. Queria que ela tivesse ficado, queria mais uma vez ligar suas pintas com beijos e formar constelações, saber mais sobre sua vida... saber ao menos seu nome. Abriu os olhos no exato momento em que a nostalgia cedia gentilmente espaço para o desconsolo. Tirou o cobertor do rosto e mais uma vez suspirou com desanimo, sentiu fome, mas colocou os fones de ouvido, se encolheu abraçando o travesseiro que guardava o cheiro dela e deixou que o sono o envolvesse gentilmente. 
Não ouviu a porta abrir, tampouco ouviu ela entrar com o café da manhã e sentar-se na cama para olhá-lo dormir, mas sentiu quando ela se curvou e beijou seus lábios conduzindo-o em um sorriso preguiçoso, em seguida tirou as roupas e entrou embaixo das cobertas se enroscando nele e preenchendo seu abraço. 
- Oi. Ela disse ainda sorrindo. Meu nome é Lilly!

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Marissa - 3

Quando a luz apagou e a cortina fechou, ela ainda estava lá. Era uma sombra em meio ao nada, uma insignificância se movimentando na solidão. Quase não se notava. Quase não se via. Equilibrava sua existência na ponta dos pés, e mesmo sem música se movia, valsava com o silencio e o som da respiração a conduzia. Na cabeça o coque rebelde se desfazia, as mãos sobem e descem elegantes e as sapatilhas de ponta a machuca-la se atrevia. Eu enquanto platéia, em seu silencio me escondia. E ela sobe, e ela desce, ela pula, gira e rodopia. Uma bailarina doce, que em meu peito se debatia. E o mundo inteiro me sorria. Meu mundo nela, discreta poesia.