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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Lilly - 4

Me empresta um olhar... me deixa entrar por ele, me deixa mergulhar.
Eu quero estar em você, sentir o mundo girar, eu quero te conhecer... me perder.
Me empresta um olhar... eu quero ser o verso que te compõe, teu respirar, ser a essência do seu perfume, o seu falar, a música que te embala, o suspiro que te expressa.
Me empresta.... Me empresta!
Me deixa ser a nota que te rege, sua ideia fixa, o gosto dos seus beijos, seu anseio... sua busca.
Me deixa ser o carinho que te acalma, o abraço que te protege, o gemido que te faz delirar, sua loucura, sua frescura, seus medos...
Me empresta um olhar...
Me deixa ser... 
Me ensina...
Eu preciso te amar!

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Paloma - 3

O relógio marca 03h30min AM quando Paloma o olha pela quinta vez, suspira e volta a encarar o teto, sente que o cansaço a domina e deseja que o sono faça o mesmo, mas nada desse se manifestar, então sacode a cabeça piscando com força, suspira mais uma vez e volta a encarar o teto. Seus pensamentos são como uma fogueira acesa, uma chama em destaque no breu perturbando a serenidade da escuridão, alterando os versos da poesia. Os olhos fixos focam a lâmpada apagada, a mão apoiada no peito sobe e desce seguindo o ritmo do complicado exercício de respirar; no ouvido os fones tocam Kevin Garret desde as 02h00min AM, a música termina só para recomeçar; é a única no cartão de memória, é a única que quer ouvir hoje... então está tudo bem.  O tempo se arrasta devagar, talvez para castiga-la, talvez para fazê-la saborear cada momento, ainda não sabe, mas sorri mesmo assim. Está feliz e tranquila, já se acostumara, a insônia não a incomoda mais, não tanto quanto o amor que hora debocha dela e outra hora a faz sentir-se  plena... é estranho sentir-se frágil sendo tão forte, é estranho depender de alguém para sorrir, para sonhar, para respirar. Era a primeira vez que isso lhe acontecia, por isso não sabia exatamente como agir, mas seguia adiante sendo ela mesma, se deixando amar e ser amada. Era estranho. Era exatamente a tortura que todos descreviam... Era lindo! A m o r... disse num sussurro saboreando cada letra da palavra, fechou os olhos deliciada e sustentou o sorriso por um tempo antes de desfaze-lo devagar. Suspirou ao sentir o sono finalmente chegar, mas não tinha mais certeza se queria dormir, não precisava mais sonhar, não precisava de mais nada... Sentia-se em paz... era uma paz turbulenta, mas mesmo assim era paz! Suspira uma terceira vez. A mente divaga sem controle, o corpo pesa e relaxa, pisca e não consegue mais abrir os olhos, a mão escorrega para o abdômen separando o Ipod dos fones de ouvido, Kevin Garret então toca seu piano sem ser ouvido por ela, mas acorda Léo que abre os olhos sorrindo, estava sonhando com essa canção, então o deixa fazer sua serenata repetidamente... essa é a única música que quer ouvir hoje, então está tudo bem. Retira os fones de Paloma, e chega mais perto deitando em seu ombro, segura suavemente sua mão e suspira sentindo seu cheiro. Olha para o relógio e sorri novamente, fazia tempo que não dormia tanto, 3 horas inteiras é bastante pra quem tem insônia, então suspira ouvindo a música recomeçar, se sente feliz, a insônia não a incomodava mais, não tanto quanto o amor que a faz se sentir instável, e plena e boba. Era um tormento... Era uma tortura... Era lindo! A m o r... diz num sussurro enroscando a língua em cada letra da palavra. Ajeita-se mais em Paloma e espera pacientemente o sono vir novamente, mas não sabe mais se quer dormir, não precisava mais sonhar, não precisava de mais nada... Estava em paz! Uma paz turbulenta, mas mesmo assim era paz. Sorri uma terceira vez e suspira adormecendo. Paloma também suspira, mas nem se dá conta do ato. As duas dormem sem sonhar, enquanto Kevin Garret resmunga seus doces lamentos de amor. 

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Prosa - 06

Embriagada a noite já se ia; pelas ruas vadias, dançando e tropeçando nos copos dos boêmios, comemorando em canções românticas e vividas, enjoando, vomitando o alto teor da alegria.
Deixava seu rastro entre uma esquina e outra, e sorria e bebia.
Um gole para o santo, um gole pela vida e cambaleante seguia... Noite afora, sonho adentro!
Ás vezes errava o compasso e caía, e levantava se agarrando na fantasia, e o mundo girava, e o amor urgia,
e quando a garrafa acabava, uma outra surgia.
Um gole para o santo, um gole pela vida, e embriagada a noite já se ia!

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Prosa - 05

Sinto falta do rock'n roll.

Sinto falta das notas fortes e melodiosas que arrepiavam sua pele, da descarga de adrenalina natural que te faziam dançar como louca pela sala enrugando o tapete, sinto falta.
Sinto falta das letras poéticas, que deslizavam da sua boca pra minha entre um refrão e outro com luxúria quase indescritível, e escorriam, da boca pro queixo, pescoço, seios, barriga, umbigo e entre as pernas... Entre as pernas se perdiam e eu tentava em vão procura-las, com delicadeza, com firmeza, com insanidade quente e latente.
As perdia e me perdia, nas suas curvas, nos lençóis, nos pensamentos, na minha ingenuidade, no cheiro do seu friz, nas nossas promessas de amor eu me prendia...
Sinto falta dos solos, guitarra, bateria, baixo, violão, violino e vocal, eu sinto falta, de como eles nos emudeciam por horas, e te enchiam de paz enquanto você repousava os sonhos no meu peito e adormecia.
Sinto falta dessa paz morna, de ficar horas olhando pro teto de nuvens até você acordar e depois te ver sorrindo, com os olhos abrindo uma infinidade de cifras, e os dedos dedilhando nossos desejos equalizados.
Sinto falta do rock and roll...

Sinto falta de musicas assim!

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Lilly - 3

Quando entraram em cena o amor se materializou, olharam-se como se nunca tivessem se visto, o interesse pairava no ar e eles o tragaram despreocupados. Se abraçaram, se acarinharam e se beijaram com ternura jamais vista. Era um genuíno filme romântico. As bocas se encontraram com urgência notável, trocaram salivas, histórias, confissões e promessas... trocaram versos enquanto deitavam na cama, e tiraram a roupa se desnudando da  luxúria e do medo. As mãos exploradoras, memorizavam partes do corpo e traçavam caminhos desejados já há muito, e as línguas ligavam as pintas espalhadas pelas curvas, formando lindas constelações, e os lábios escreviam, recitavam e destilavam poesias em beijos que explodiam pelo corpo em um milhão de deliciosas sensações... e gozaram, e se olharam sorrindo satisfeitos, e enroscaram-se totalmente sem folego... e se aninharam um no sentimento vívido do outro, que latejava, ardia e se intensificava descontroladamente.
O diretor bradou com raiva desenfreada, tirara a fita da câmera e a sacudia enquanto gritava algo sobre o amor ser completamente inútil em uma produção pornográfica. Criticou cada minuto, cada gesto, olhar e movimento feito por eles nos últimos 30 minutos de gravação, mas eles não conseguiram ou não puderam entender as queixas. Guardaram a fita. Não quiseram fazer do amor
um ato explícito.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Natasha - 2

Segurava-a forte, como se toda a força que tivera na vida tivesse um propósito só agora, sentia sua respiração entrecortada e soluçante, que fazia o abraço sacudir e estremecer, mas matinha-se firme mesmo com a sensação de que o chão lhe estava faltando. Olhava pra ela como quem olha pra joia rara, e via dentro de seus olhos um mundo azul com milhões de possibilidades, uma mar de histórias vividas e não contadas, e mergulhou mesmo sem saber nadar, mas não teve medo, queria apenas se inundar e se tivesse sorte se afogaria também... mas hoje não era seu dia de sorte.
Hoje era só um dia!
Sua boca vermelha desde a meninice estava perdendo a cor, então usou um poema para pintar-lhe os lábios, e depois os beijou, estavam trêmulos e tentavam sussurrar-lhe promessas já há muito esquecidas, ouviu pacientemente quando teve que ouvir, e beijou quando teve saudade ou medo; trocaram segredos, risadas salgadas de lágrimas tristes, e recordaram as inúmeras alegrias, se demorando um pouco mais nessas... e as horas passaram apagando as estrelas que assistiam com paixão ardida e paciência. 
Quando o Sol surgiu ela se foi, sutil e bela, roubando a cena de tal espetáculo natural, e ele ficou ali vazio de si e cheio dela, e sua alma transbordava, e escorria por seu rosto e repousava delicadamente no rosto já sem vida dela. 

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Paloma - 2

No sofá Paloma observa a chuva. Seu cobertor escorregava do ombro pela terceira vez, e ela o recolocava no lugar pacientemente, segurava uma caneca com chá e saboreava cada gole ouvindo a melodia da chuva que batia insistentemente na janela; ás vezes desviava os olhos para olhar para Léo que lia absorta Hilda Hilst, gostava desses momentos em que faziam coisas diferentes e juntas, gostava mais ainda de ficar deitada em seu colo, era quente, aconchegante e por coincidência ou não ela se encaixava perfeitamente nele. Isso também acontecia dentro de seu abraço; não era muito apertado, mas não era solto demais, não era gelado, mas também não era abafado, não sobravam braços e tampouco lhe faltava... era cheiroso... era perfeito. Então passava parte de seu tempo livre ali, perdida em abraços, sorrisos, sonhos e desejos. É boa, a vida. É plena, com ela! Se um dia fora tão feliz não lembrava, tampouco lembrava se já tinha gostado tanto de alguém assim, mas achava isso normal porque quando estava com Léo não se lembrava de muita coisa, apenas se concentrava em seu sorriso de satisfação enquanto lia, seus olhos castanhos seguindo os versos dos poemas, a respiração calma e controlada, o coração que batia por ela e as mãos que distraídas lhe faziam ternas caricias. Passeavam desinteressadas e suaves em seu rosto, contornando as linhas de expressão, sobrancelhas, nariz, orelha e se demorando um pouco na boca antes de recomeçar, então Paloma suspirava de satisfação e voltava a olhar á chuva. Quando estava quase adormecendo, sentia Léo tirar a caneca de suas mãos quentes, inclinar-se e surpreende-la com um doce beijo nos lábios, recitava em tom de segredo um poema e colocava a mão no coração de Paloma para senti-lo disparar de amor e alegria, depois fechava o livro e a esperava adormecer sorrindo, olhava-a por um longo tempo e quando o cobertor escorregava de seu ombro o colocava pacientemente no lugar, saboreava cada gole do chá que sobrara na caneca, ouvindo a melodia de seu ressonar. Amava esses momentos em que faziam coisas diferentes e juntas e se fora tão feliz um dia, ou se já gostou tanto de alguém não se lembrava, mas considerava isso normal porque quando estava com Paloma não se lembrava de muita coisa. É boa, a vida... É plena, com ela.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Marissa - 1

A música tocava com suavidade enquanto ela dançava no meio da sala, valsava entre um verso e outro, e eu pobre vitima do amor olhava pra ela e só via poesia. Poesia em seus gestos, momentos, movimentos, olhar, temperamento, sorrisos e sentimentos, e ela dançava na sala, e seu cabelo voava e eu absorto sorria, e o mundo inteiro poesia. O mundo inteiro nela poesia... e eu escrevia. Poesia lírica, dramática e narrativa. Poesia! Ás vezes, e só às vezes ela me abraçava em poesia concreta, e o mundo inteiro mudava e enternecia; e eu pobre poeta interagia. E uma parte de mim amava e a outra parte de mim vivia, e quando a música acabava, ela, linda poesia.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Natasha - 1

O mundo parou! Era só ele olhar pra ela que isso acontecia, então as pessoas, os sons, os objetos e as cores desapareciam, o mundo inesperadamente parava de girar e dava pra sentir um incomodo desenfreado. Sentia a necessidade urgente de fazer algo para reencontrar o equilíbrio e manter-se são, então tentava de tudo, sorrir, acenar, conversar, trocar olhares ou qualquer outro movimento que a fizesse nota-lo. 
Outro dia sem planejamento prévio, dera a ela uma carta com a poesia mais intensa que já escrevera, ele se doou em cada linha, e por isso esperou pacientemente que ela o lesse; foi possível ver a lágrima surgir e o amor acender seu olhar, e ela finalmente o viu, e o ouviu, e sorriu com toda a simpatia e amabilidade que tinha em si, e o abraçou tempo suficiente para deixar seu cheiro nas roupas dele, e o acarinhou e passeou seus dedos em seus lábios para gravar seu sorriso, e o beijou intensamente como se fosse a unica maneira de transmitir todos os seus sentimentos, e ele a mordeu nos lábios para gravar-lhe o gosto. Respiraram e suspiraram juntos, e se consumaram e se consumiram, e gastaram todo o sentimento que estava guardado para uma ocasião especial, e o amor inflamou, e depois se apagou com a mesma intensidade e instantaneidade com a qual apareceu. Sem motivos ou objetivos.
E ela se foi levando consigo as promessas, os desejos, os versos e os verbos delicadamente compostos, e antes de fechar a porta dedicou-lhe um último olhar, sem culpa, sem medo, sem remorso... sem amor. E ele se deixou ficar ali, vazio de si e cheio de sentimentos, o olhar apagado e o desejo aceso; seu mundo voltando a girar desgovernadamente como uma roleta russa... sem saber ao certo a melhor ocasião de parar.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Poema - 12

Eu adoro a sua risada.
Com certeza eu a adoro.
Ouvi-la ecoar nas paredes da casa e do meu coração?
Ahhhhhhh.....
Eu adoro esse clichê...
Esse lugar dentro do seu sorriso onde eu me alojei,
esse lugar comodo entre seus beijos e abraços.
Será que posso mesmo fazer morada aí?
Talvez eu roube você pra mim...
Eu nunca fui disso, e é certo que detesto romances e declarações,
mas eu amo você, e eu adoro a sua risada...
Com certeza eu a adoro!
Adoro o sopro de vida que sai de sua boca enquanto você gargalha,
tem cheiro de goma de mascar de tutti-frutti,
também gosto quando põe a mão na boca pra segurar o riso...
É docemente estranho, porque você fecha os olhos
e esconde todos os seus segredos.
Me intriga!
Posso rouba-los pra mim?
Prometo ser rápido e fazer tudo em um único beijo.
Mas deixo um pra você também..
Ahhh... Desculpa! Não é mais segredo...
Eu adoro a sua risada.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Poema - 11

Era amor...
Claro que era amor!
Quem vai dizer que não?
Era escondido, contido, julgado e ameaçado, mas ainda assim era amor.
Era amor quando meus olhos encontravam os seus e eu mergulhava docemente no seu medo.
Era amor...
Sim!
Era amor quando minhas pernas enroscadas nas suas sentiam o prazer escorrer e molhar os lençóis.
Era amor, quando ninguém olhava e você segurava a minha mão com satisfação quase obscena.
As mensagens carregadas de carinho?
Era amor...
As ligações desesperadas de saudades.
Era amor...
Nossas bocas discutindo em altos gemidos?
Era amor sim....
As escapadas...
As mentiras...
As sandices...
Tudo isso era amor, meu amor...
Eu senti.
Eu permiti.
Eu vivi...
Era amor!
Claro que era amor.
Louco, incomodo, carregado, mas era amor.
Quando tirávamos as alianças e as escondíamos nos bolsos...
Era amor...
Quando estávamos separados e os pensamentos juntos?
Era amor...
Foi amor demais...
Foi amor o tempo inteiro...
A vida inteira...
Era amor...
Claro... era amor!
Quando eu disse mil vezes sim e você um fatídico não.
Claro que sim meu amor...
Ainda assim era amor.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Lilly - 1

Quando despertou, só o silencio estava na casa. De olhos fechados, esticou o braço e passou a mão no espaço vazio ao seu lado suspirando com desanimo, ela se fora. O lençol ainda estava quente, e o colchão mantinha o formato do corpo dela, rolou para o lado e se ajustou ali, sentiu-se confortável como em um abraço, mas mesmo assim chorou.
Inspirou longamente e deixou que o perfume grudado no lençol e no travesseiro o invadisse. Fechou os olhos e se cobriu por inteiro, teve medo de abri-los novamente e deixar escapar as lembranças que tinha da noite anterior; a música clássica, o ótimo vinho, a conversa sobre as complexidades da vida, ela lhe roubando um beijo, o folego... o coração. Os corpos encaixados, os olhares cúmplices, as respirações descontroladas, as mãos exploradoras, as bocas ávidas que trocavam histórias em silencio. Queria que ela tivesse ficado, queria mais uma vez ligar suas pintas com beijos e formar constelações, saber mais sobre sua vida... saber ao menos seu nome. Abriu os olhos no exato momento em que a nostalgia cedia gentilmente espaço para o desconsolo. Tirou o cobertor do rosto e mais uma vez suspirou com desanimo, sentiu fome, mas colocou os fones de ouvido, se encolheu abraçando o travesseiro que guardava o cheiro dela e deixou que o sono o envolvesse gentilmente. 
Não ouviu a porta abrir, tampouco ouviu ela entrar com o café da manhã e sentar-se na cama para olhá-lo dormir, mas sentiu quando ela se curvou e beijou seus lábios conduzindo-o em um sorriso preguiçoso, em seguida tirou as roupas e entrou embaixo das cobertas se enroscando nele e preenchendo seu abraço. 
- Oi. Ela disse ainda sorrindo. Meu nome é Lilly!

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Marissa - 3

Quando a luz apagou e a cortina fechou, ela ainda estava lá. Era uma sombra em meio ao nada, uma insignificância se movimentando na solidão. Quase não se notava. Quase não se via. Equilibrava sua existência na ponta dos pés, e mesmo sem música se movia, valsava com o silencio e o som da respiração a conduzia. Na cabeça o coque rebelde se desfazia, as mãos sobem e descem elegantes e as sapatilhas de ponta a machuca-la se atrevia. Eu enquanto platéia, em seu silencio me escondia. E ela sobe, e ela desce, ela pula, gira e rodopia. Uma bailarina doce, que em meu peito se debatia. E o mundo inteiro me sorria. Meu mundo nela, discreta poesia. 

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Paloma - 1

Paloma se agitava lentamente na cama; um sorriso enigmático pintava seus lábios, os olhos fechados prendiam os desejos da alma e a boca semiaberta prometia deixar escapar todos os segredos, mas nada revelava além de satisfação. Sonhava com pássaros, com voo livre e com flores... campos floridos e coloridos; flores perfumadas e exóticas, que saiam da terra, se escondiam na grama e enfeitavam seu corpo... ombro, seio, barriga, pernas. Vestia! Usava! Florescia. Flores... Tatuadas no corpo de Liz, desabrochando em cima da pele que se arrepiava com seu toque e a enternecia... Cobriam-nas de desejos, anseios, volúpia... Deixava Liz ainda mais linda. Deixava-a irresistível... Assim amanhecia Paloma, nos braços de Greg, amada, segura, desejada... Sonhando com flores. Sonhando com Liz!