RSS
Facebook
Twitter

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Microconto - 06

Disposta a esquece-lo;
Chorava em cima da ultima carta de amor,
Apagando inescrupulosamente
Cada letra que a compunha
Com suas lagrimas desamparadas.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Microconto - 05

As palavras enroscaram-se na língua,
Ecoaram na boca,
Debateram-se nos dentes,
E desfizeram-se num expirar contido
Antes que sufocasse seu orador.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Verso - 22

Gosto;
Quando minha boca encosta na sua,
E você me conduz
Num doce sorriso.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Verso - 21

Esse difícil exercício
De alimentar-me de amor,
É o que tem sustentado
Meus vagos versos de solidão.

sábado, 18 de outubro de 2014

Microconto - 04

Á beira da morte
E cansado de metamorfosear sonhos em palavras,
Liberta-se de sua prisão encadernada;
E decidido á mergulhar em seus sonhos,
Veste-se com a realidade
Para preencher o vazio de sua vida.

(Em parceria com Manu Muni)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Poema - 04

O que pensar do vento
Que leva em um sopro contido,
Os pedaços de meu leviano coração,
Que insiste em quebrar
Toda vez que você vai embora?

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Poema - 03

Tenho medo de preencher esse vazio com poesia;
E esses versos
Devorarem minha mente,
E me fazerem esquecer cada detalhe seu,
Que é a inspiração,
Que formam as palavras,
Que compõe os meus poemas.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Verso - 20

Não amo nada que tomo por leviano,
Mas tomo levianamente,
Tudo o que penso que amo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Verso - 19

Tomo por certo tudo o que amo;
E amo, por certo,
Quase tudo o que tenho.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Poema - 02

Sem medo de viver de ilusão
Me estreito em seus braços,
Inteiriço ou aos pedaços,
Vou sem consciência de excesso ou insuficiência,
Mergulho nu
Me deixando afundar,
Afogar
E absorver sem a minima culpa.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O ultimo conto

Desculpem-me, mas hoje vocês são a historia.
Vocês leitores são o mais sensacional que pode existir dentro de uma estória: Vibram, dão sentido, vida, ênfase e ideias que nem mesmo o criador ousou ter.
O ultimo conto são vocês! Seus sonhos, caráter, suas façanhas, as doces e loucas memorias, as tristes lágrimas e os mais raros sorrisos; então, se explorem, se conheçam a fundo, se reinventem, se permitam e vivam intensamente. Façam histórias dentro do coração do mundo, criem estórias para outros sonharem com vocês, espalhem-se para que as pessoas não esqueçam a preciosidade que vocês são, e cresçam, para que vocês nunca duvidem da capacidade que possuem.
Saibam que não é possível viver para sempre, mas é surpreendente quando conseguimos deixar em tudo e em todos uma gota de nós.
Mas não se limitem em ser meras historias, sejam livros raros para que eu tenha o prazer de coloca-las na minha estante, e como boa leitora vou absorver cada palavra de suas aventuras com a finalidade de não mais esquece-las, e como boa contista vou me inspirando em vocês para novas criações.

Sejam grandes, e acima de tudo; - Sejam felizes!.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Verso - 18

Ahhhh .....
Seus olhos;
São de um negro tão inebriante,
Que se decidida mergulho,
Me afogo logo de prazer;
E sem protestos
Me deixo engolir e eternizar.

Verso - 17

Anseio desesperadamente
O arremedo de paz
Que só encontro no vazio de seu abraço.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Inexplicável

De repente suas lembranças me invadem a mente e já não posso mais ficar quieta; debato-me nas paredes de meus sentimentos ao lembrar de sua boca ser uma aquarela deliciosamente linda, e de sempre pintar meus lábios com seus beijos; minha boca até então apática, agora exala uma escala infinita de cores. Nosso épico abraço na chuva também é algo que não posso esquecer, foi exatamente nesse momento em que o mundo ficou gelado, mas eu permaneci quente por causa do seu amor, e de repente me dei conta de que já não era mais quem pretendia ser. Eu sou melhor se junto a você.
Ando de um lado a outro inquieta remoendo sua falta, te vejo em cada canto, em cada esquina e em cada olhar; tento dormir para me desligar mas se fecho os olhos você ainda esta lá, ás vezes no pedaço mais escuro de meu coração, outras vezes no pedaço mais claro; e a vida segue sem paz; meus olhos verdes sempre a te procurar, meu fraco coração batendo em desespero, e nossas gatas Whiskey  e Lola também a sofrerem. Em algumas noites as flagro deitas no tapete em frente à porta ansiando seu regresso, então me deito entre elas e me ponho a esperar pacientemente acarinhando entre suas orelhas. Não consigo me livrar de ti mesmo que tente.
Ontem, finalmente joguei fora todas as nossas fotos juntas, de tanto olhar elas perderam o significado, ficaram vazias de sentimentos e tornaram falsos nossos ilustres momentos; as viagens, as brigas, as festas surpresas, parecem agora fazer parte de um passado remoto pintado a guache. As lagrimas de saudade que caíram nelas deixaram marcas, manchas, escorreram e se derramaram molhando o chão; então decidida, ensaquei nossas lembranças e sai á comprar uma Hasselblad H4D – 200MS para um dia registrar outros momentos. Perdoe-me!

Essas são as ultimas linhas que escrevo relatando sua amarga ausência; vou assinar, selar essa carta e coloca-la em cima da cama junto com as outras quatorze; a mesa já esta posta para o jantar, as velas acessas, as gatas no tapete á esperar e meu coração bate ansioso. Tudo esta como deixou. Estou em nostálgica. Ouço seus passos ecoando na escada e sua respiração cada segundo mais próxima, meu corpo anseia seu abraço e minha boca quer colorir-se mais uma vez. Que bom que voltou. A vida não tem graça sem você!

Verso - 16

Para onde será que vão os beijos que jogo no ar?
Pousam desesperados de boca em boca,
Ou vagueiam solitários,
Até encontrarem a sua?

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Verso - 15

De hora em hora
Vou distribuindo sem pudor meus sentimentos,
E espalhando-os insensatamente.
Em demasia,
Com vontade,
E sem medo;
Para que o mundo engasgue com esse excesso de amor.

A carta

A carta foi planejada com esmero, e cada palavra escrita fazia parte de um conjunto de sentimentos expostos, gravados em folhas brancas num ato insensato de amor; foi revisada, passada a limpo, relida, lacrada e beijada carinhosamente pelo remetente. Nos primeiros raios da manhã atravessou a cidade decidida, foi selada, paga e enviada com ansiedade e insegurança. Antes da metade do dia a carta foi recebida com surpresa. A cautela se fez presente no rompimento de seu lacre; e a curiosidade também; uma vez aberta, espalhou pela casa suas promessas, dizeres e essência, causando mais comoção do que o pretendido. Suas folhas marcadas por dobras foram amassadas por mãos tremulas, borradas e manchadas por lagrimas de alegria, beijadas num súbito ataque de amor renascido e sufocadas no peito em chamas e de respiração urgente do destinatário. Acompanhava cada batida desritmada do coração ao qual era pressionada, e quase fora rompida com a vibração de 200bpm. A carta foi mirada uma ultima vez, invertida enquanto a mão que a segurava secava os olhos, recolocada no envelope e guardada embaixo do travesseiro. Não presenciou o reencontro entre remetente e destinatário, e tampouco suas juras de amor incontroláveis; mas durante a madrugada ficou presa entre travesseiro, lençol e colchão quando as amantes finalmente consumaram seus sentimentos; em dado momento fora lançada inconscientemente ao chão, então deixou-se atingir o solo sem dar-se conta de que o amor somente fora possível devido a sua existência