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quinta-feira, 4 de julho de 2019

poema - 13


eu adoro seus beijos...
sim... confesso!
eu adoro seus beijos.
de olhos abertos, fechados, sonhando, sorrindo... chorando.

eu simplesmente adoro seus beijos.
de língua, selinho, babado, usado, traído, ferido...

roubado, ensaiado, envergonhado, pintado, com gosto, desgosto, pra bem,
pra mal... fatal.
ainda são seus beijos...

saindo, chegando, de lado, calado, cobiçado, mal amado, brigado...
seus beijos.
comigo, sem migo, com outro amigo...

eu amo muito seus beijos!

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Lilly - 4

Me empresta um olhar... me deixa entrar por ele, me deixa mergulhar.
Eu quero estar em você, sentir o mundo girar, eu quero te conhecer... me perder.
Me empresta um olhar... eu quero ser o verso que te compõe, teu respirar, ser a essência do seu perfume, o seu falar, a música que te embala, o suspiro que te expressa.
Me empresta.... Me empresta!
Me deixa ser a nota que te rege, sua ideia fixa, o gosto dos seus beijos, seu anseio... sua busca.
Me deixa ser o carinho que te acalma, o abraço que te protege, o gemido que te faz delirar, sua loucura, sua frescura, seus medos...
Me empresta um olhar...
Me deixa ser... 
Me ensina...
Eu preciso te amar!

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Paloma - 3

O relógio marca 03h30min AM quando Paloma o olha pela quinta vez, suspira e volta a encarar o teto, sente que o cansaço a domina e deseja que o sono faça o mesmo, mas nada desse se manifestar, então sacode a cabeça piscando com força, suspira mais uma vez e volta a encarar o teto. Seus pensamentos são como uma fogueira acesa, uma chama em destaque no breu perturbando a serenidade da escuridão, alterando os versos da poesia. Os olhos fixos focam a lâmpada apagada, a mão apoiada no peito sobe e desce seguindo o ritmo do complicado exercício de respirar; no ouvido os fones tocam Kevin Garret desde as 02h00min AM, a música termina só para recomeçar; é a única no cartão de memória, é a única que quer ouvir hoje... então está tudo bem.  O tempo se arrasta devagar, talvez para castiga-la, talvez para fazê-la saborear cada momento, ainda não sabe, mas sorri mesmo assim. Está feliz e tranquila, já se acostumara, a insônia não a incomoda mais, não tanto quanto o amor que hora debocha dela e outra hora a faz sentir-se  plena... é estranho sentir-se frágil sendo tão forte, é estranho depender de alguém para sorrir, para sonhar, para respirar. Era a primeira vez que isso lhe acontecia, por isso não sabia exatamente como agir, mas seguia adiante sendo ela mesma, se deixando amar e ser amada. Era estranho. Era exatamente a tortura que todos descreviam... Era lindo! A m o r... disse num sussurro saboreando cada letra da palavra, fechou os olhos deliciada e sustentou o sorriso por um tempo antes de desfaze-lo devagar. Suspirou ao sentir o sono finalmente chegar, mas não tinha mais certeza se queria dormir, não precisava mais sonhar, não precisava de mais nada... Sentia-se em paz... era uma paz turbulenta, mas mesmo assim era paz! Suspira uma terceira vez. A mente divaga sem controle, o corpo pesa e relaxa, pisca e não consegue mais abrir os olhos, a mão escorrega para o abdômen separando o Ipod dos fones de ouvido, Kevin Garret então toca seu piano sem ser ouvido por ela, mas acorda Léo que abre os olhos sorrindo, estava sonhando com essa canção, então o deixa fazer sua serenata repetidamente... essa é a única música que quer ouvir hoje, então está tudo bem. Retira os fones de Paloma, e chega mais perto deitando em seu ombro, segura suavemente sua mão e suspira sentindo seu cheiro. Olha para o relógio e sorri novamente, fazia tempo que não dormia tanto, 3 horas inteiras é bastante pra quem tem insônia, então suspira ouvindo a música recomeçar, se sente feliz, a insônia não a incomodava mais, não tanto quanto o amor que a faz se sentir instável, e plena e boba. Era um tormento... Era uma tortura... Era lindo! A m o r... diz num sussurro enroscando a língua em cada letra da palavra. Ajeita-se mais em Paloma e espera pacientemente o sono vir novamente, mas não sabe mais se quer dormir, não precisava mais sonhar, não precisava de mais nada... Estava em paz! Uma paz turbulenta, mas mesmo assim era paz. Sorri uma terceira vez e suspira adormecendo. Paloma também suspira, mas nem se dá conta do ato. As duas dormem sem sonhar, enquanto Kevin Garret resmunga seus doces lamentos de amor. 

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Prosa - 06

Embriagada a noite já se ia; pelas ruas vadias, dançando e tropeçando nos copos dos boêmios, comemorando em canções românticas e vividas, enjoando, vomitando o alto teor da alegria.
Deixava seu rastro entre uma esquina e outra, e sorria e bebia.
Um gole para o santo, um gole pela vida e cambaleante seguia... Noite afora, sonho adentro!
Ás vezes errava o compasso e caía, e levantava se agarrando na fantasia, e o mundo girava, e o amor urgia,
e quando a garrafa acabava, uma outra surgia.
Um gole para o santo, um gole pela vida, e embriagada a noite já se ia!

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Prosa - 05

Sinto falta do rock'n roll.

Sinto falta das notas fortes e melodiosas que arrepiavam sua pele, da descarga de adrenalina natural que te faziam dançar como louca pela sala enrugando o tapete, sinto falta.
Sinto falta das letras poéticas, que deslizavam da sua boca pra minha entre um refrão e outro com luxúria quase indescritível, e escorriam, da boca pro queixo, pescoço, seios, barriga, umbigo e entre as pernas... Entre as pernas se perdiam e eu tentava em vão procura-las, com delicadeza, com firmeza, com insanidade quente e latente.
As perdia e me perdia, nas suas curvas, nos lençóis, nos pensamentos, na minha ingenuidade, no cheiro do seu friz, nas nossas promessas de amor eu me prendia...
Sinto falta dos solos, guitarra, bateria, baixo, violão, violino e vocal, eu sinto falta, de como eles nos emudeciam por horas, e te enchiam de paz enquanto você repousava os sonhos no meu peito e adormecia.
Sinto falta dessa paz morna, de ficar horas olhando pro teto de nuvens até você acordar e depois te ver sorrindo, com os olhos abrindo uma infinidade de cifras, e os dedos dedilhando nossos desejos equalizados.
Sinto falta do rock and roll...

Sinto falta de musicas assim!

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Lilly - 3

Quando entraram em cena o amor se materializou, olharam-se como se nunca tivessem se visto, o interesse pairava no ar e eles o tragaram despreocupados. Se abraçaram, se acarinharam e se beijaram com ternura jamais vista. Era um genuíno filme romântico. As bocas se encontraram com urgência notável, trocaram salivas, histórias, confissões e promessas... trocaram versos enquanto deitavam na cama, e tiraram a roupa se desnudando da  luxúria e do medo. As mãos exploradoras, memorizavam partes do corpo e traçavam caminhos desejados já há muito, e as línguas ligavam as pintas espalhadas pelas curvas, formando lindas constelações, e os lábios escreviam, recitavam e destilavam poesias em beijos que explodiam pelo corpo em um milhão de deliciosas sensações... e gozaram, e se olharam sorrindo satisfeitos, e enroscaram-se totalmente sem folego... e se aninharam um no sentimento vívido do outro, que latejava, ardia e se intensificava descontroladamente.
O diretor bradou com raiva desenfreada, tirara a fita da câmera e a sacudia enquanto gritava algo sobre o amor ser completamente inútil em uma produção pornográfica. Criticou cada minuto, cada gesto, olhar e movimento feito por eles nos últimos 30 minutos de gravação, mas eles não conseguiram ou não puderam entender as queixas. Guardaram a fita. Não quiseram fazer do amor
um ato explícito.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Natasha - 2

Segurava-a forte, como se toda a força que tivera na vida tivesse um propósito só agora, sentia sua respiração entrecortada e soluçante, que fazia o abraço sacudir e estremecer, mas matinha-se firme mesmo com a sensação de que o chão lhe estava faltando. Olhava pra ela como quem olha pra joia rara, e via dentro de seus olhos um mundo azul com milhões de possibilidades, uma mar de histórias vividas e não contadas, e mergulhou mesmo sem saber nadar, mas não teve medo, queria apenas se inundar e se tivesse sorte se afogaria também... mas hoje não era seu dia de sorte.
Hoje era só um dia!
Sua boca vermelha desde a meninice estava perdendo a cor, então usou um poema para pintar-lhe os lábios, e depois os beijou, estavam trêmulos e tentavam sussurrar-lhe promessas já há muito esquecidas, ouviu pacientemente quando teve que ouvir, e beijou quando teve saudade ou medo; trocaram segredos, risadas salgadas de lágrimas tristes, e recordaram as inúmeras alegrias, se demorando um pouco mais nessas... e as horas passaram apagando as estrelas que assistiam com paixão ardida e paciência. 
Quando o Sol surgiu ela se foi, sutil e bela, roubando a cena de tal espetáculo natural, e ele ficou ali vazio de si e cheio dela, e sua alma transbordava, e escorria por seu rosto e repousava delicadamente no rosto já sem vida dela.