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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

A falência da poesia (por Ygor Pierre Piemonte Ditão)

A falência da poesia: 

O meu poema faliu e decretou-se insolvente.
Não tem créditos, nem liberdade de                  
                                        [imprensa. 
O meu verso é devedor e não tem espaço no mercado
É pobre, porque sua riqueza é democrática de verdade.

Minha poesia não vende livros, folhas e nem seguidores...
É solitária – como eu – por sonhar mundos melhores.

A minha poesia não rende por parecer-se Petrobrás
E sem assistência de sua miséria
Chora por escrever sobre liberdade.

A prosa, então, coitadinha,
Nem sabe sua identidade – semelhante a milhões de brasileiros.

Já não sei a cor da minha bandeira, do meu povo, do meu dinheiro e do pão!

Não tenho dólar pra divulgar poesias meritocráticas,
Nem euros para purgar a aristocracia,
Nem Libra para comprar uma oligarquia...

A falência do verso transcende a falência do coexistir.

Um dia eu fui ingênuo em defender,
Ora o comunismo, ora o capitalismo, ora em nada ter.

Um dia o meu verso falou de coisas que já não existem mais...
Mas hoje não defende nada!
Não há sistema político, econômico ou religioso que salve o homem de si.
A falência da poesia acompanhou a falência da humanidade.


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