A
falência da poesia:
O meu poema faliu e decretou-se insolvente.
Não tem créditos, nem liberdade de
[imprensa.
O
meu verso é devedor e não tem espaço no mercado
É
pobre, porque sua riqueza é democrática de verdade.
Minha
poesia não vende livros, folhas e nem seguidores...
É
solitária – como eu – por sonhar mundos melhores.
A
minha poesia não rende por parecer-se Petrobrás
E
sem assistência de sua miséria
Chora
por escrever sobre liberdade.
A
prosa, então, coitadinha,
Nem
sabe sua identidade – semelhante a milhões de brasileiros.
Já
não sei a cor da minha bandeira, do meu povo, do meu dinheiro e do pão!
Não
tenho dólar pra divulgar poesias meritocráticas,
Nem
euros para purgar a aristocracia,
Nem
Libra para comprar uma oligarquia...
A
falência do verso transcende a falência do coexistir.
Um
dia eu fui ingênuo em defender,
Ora
o comunismo, ora o capitalismo, ora em nada ter.
Um
dia o meu verso falou de coisas que já não existem mais...
Mas
hoje não defende nada!
Não
há sistema político, econômico ou religioso que salve o homem de si.
A
falência da poesia acompanhou a falência da humanidade.
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