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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Miniconto - 06 (Vicio)

Sou escritora viciada; daquelas compulsivas que não existem sem um lápis e um papel na mão,
portanto, minha vida como já é de se adivinhar... é escrever.
Uma vez tentei parar, pensei que pudesse me descontaminar dessa mania de sonhar e fazer sonhar, 
mas assim que larguei o lápis as palavras caíram em meu coração lentamente, uma a uma, como folhas no Outono, e se juntaram umas em cima das outras numa confusão consciente de verbos... encheram até transbordar e se espalharam por meu corpo, e um a um membros e sentidos foram dominados e eu virei um fantoche.
Tentei lutar, mas... O que é a minha vontade diante de um lindo verbo?
Quase não havia mais nada de mim quando minha boca abriu pela primeira vez, deixando escapar a palavra "amor", que foi seguida pelo "viver" e do "libertar"; fechei-a num susto e tentei com todas as forças mante-la assim, mas o "escrever" se jogava tão forte contra meus lábios que de um impulso saiu, ricocheteou nas paredes e voltou para a minha boca se alojando em meu coração.
Humpf!
O que eu fazer diante de um lindo verbo senão obedece-lo?
Sigo viciada!

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