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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Natasha - 1

O mundo parou! Era só ele olhar pra ela que isso acontecia, então as pessoas, os sons, os objetos e as cores desapareciam, o mundo inesperadamente parava de girar e dava pra sentir um incomodo desenfreado. Sentia a necessidade urgente de fazer algo para reencontrar o equilíbrio e manter-se são, então tentava de tudo, sorrir, acenar, conversar, trocar olhares ou qualquer outro movimento que a fizesse nota-lo. 
Outro dia sem planejamento prévio, dera a ela uma carta com a poesia mais intensa que já escrevera, ele se doou em cada linha, e por isso esperou pacientemente que ela o lesse; foi possível ver a lágrima surgir e o amor acender seu olhar, e ela finalmente o viu, e o ouviu, e sorriu com toda a simpatia e amabilidade que tinha em si, e o abraçou tempo suficiente para deixar seu cheiro nas roupas dele, e o acarinhou e passeou seus dedos em seus lábios para gravar seu sorriso, e o beijou intensamente como se fosse a unica maneira de transmitir todos os seus sentimentos, e ele a mordeu nos lábios para gravar-lhe o gosto. Respiraram e suspiraram juntos, e se consumaram e se consumiram, e gastaram todo o sentimento que estava guardado para uma ocasião especial, e o amor inflamou, e depois se apagou com a mesma intensidade e instantaneidade com a qual apareceu. Sem motivos ou objetivos.
E ela se foi levando consigo as promessas, os desejos, os versos e os verbos delicadamente compostos, e antes de fechar a porta dedicou-lhe um último olhar, sem culpa, sem medo, sem remorso... sem amor. E ele se deixou ficar ali, vazio de si e cheio de sentimentos, o olhar apagado e o desejo aceso; seu mundo voltando a girar desgovernadamente como uma roleta russa... sem saber ao certo a melhor ocasião de parar.

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